KIXIKILA

 

Kixikila!

"Alívio ou sufoco?"

A Kixikila pode ser definida como um "jogo" aonde cada um dos participantes tem a sua vez de ganhar. É uma prática antiga, essencialmente jogada em África, e é vista por muitos como o analgésico certo para fazer face as dores de cabeça trazidas pelos baixos salários. E verdade seja dita, já ajudou, e continua a ajudar muitas famílias nos 4 cantos do nosso país.

Como funciona o jogo da Kixikila?

Um grupo estipula um valor monetário, e acordam que todos devem entregar esse valor em sistema de rodízio (mensalmente ou semanalmente) a um dos integrantes do grupo, até que todos tenham recebido a sua vez, e desde que haja interesse dos participantes, podem recomeçar o jogo, com ou sem alteração do valor e do número de intervenientes. 

Quando devo jogar Kixikila?

Para que ela seja mesmo um alívio e não um sufoco, é muito importante seguir as sugestões abaixo se estiver a jogar, ou a pensar entrar numa roda de Kixikila.

  • Pergunte-se: consigo poupar algum valor do meu rendimento mensal? 
  • Se a resposta for "Não", significa que ainda não deve entrar numa Kixikila, porque ao entrar estará a criar um circulo vicioso para as suas finanças, e é muito provável que passe a contrair dívidas para pagar dívidas, e quando receber o valor da Kixikila só vai  servir pagar mais dívidas. As suas dores de cabeça por causa de dinheiro, em vez de desaparecerem vão aumentar por causa do sufoco financeiro. 
  • Se a resposta for "Sim", não bata palmas ainda, porque é sensato e prudente que só entre numa Kixikila aonde os valores acordados pelo grupo sejam iguais ou inferiores a sua poupança mensal, caso contrário mais cedo ou mais tarde o alívio que teve na sua vez de receber o valor, rapidamente se transformará num grande sufoco e talvez venha a desejar nunca ter entrado no jogo.
  • Por ser um jogo de características informais, aonde não se assinam contratos, valendo apenas e somente o acordo verbal, e sabendo que ninguém é imune a imprevistos, jogue apenas com pessoas que conheça bem, de modos a garantir o retorno do seu valor.

 

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Artigo publicado em Abril de 2018